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O toque de ouro do Contador

6 janeiro 2015

Era uma vez um rei muito rico chamado Midas. Ele tinha grandes posses, mais do que qualquer outra pessoa no mundo inteiro, mas ainda assim não era suficiente para ele, pois sempre queria acrescentar uma pouco mais a sua riqueza, até que um estranho lhe deu o toque de ouro, onde tudo aquilo que ele tocasse, transformaria em ouro.
Bem, creio que todos sabem o desenrolar da história do rei Midas, onde o toque de ouro que o estranho lhe dera também foi sua maldição.
Trazendo a história do rei Midas para a realidade das nossas empresas de contabilidade, bem como para o cotidiano de cada contador, constato que temos muito em comum.
Afinal, todo contador tem esse toque!
Sim, essa é uma verdade. Quer ver como nós temos?
Já validou, cruzou as informações e transmitiu os vários SPED’s? Já encerrou uma folha de pagamento, conferindo com as tabelas do INSS, IRRF, legislações trabalhistas? Já apurou os tributos dos diversos Regimes e esferas governamentais? Já realizou os lançamentos contábeis, concluiu todas as conciliações, conferiu e encerrou o balancete mensal e/ou as demonstrações contábeis? Já preparou os relatórios gerenciais, traçando medidas que otimizassem os resultados econômicos e financeiros do seu cliente?
Posso até ouvir o tilintar de tudo isso e muito mais se transformando em ouro, você não?
Esse é o nosso dom! Tudo o que tocamos com o nosso conhecimento, transformamos em ouro para os nossos clientes.
Mas, e quanto a imaginária afirmativa da ausência das nossas riquezas, será essa a nossa maldição?
Converso com muitos profissionais que discorrem que temos muitas obrigações fiscais a cumprir e que novas estão por vir, impossibilitando aumentar sua carteira de clientes.
Mas não seriam essas oportunidades de negócios, bastando que nos qualifiquemos para termos mais um novo produto a ofertar as atuais empresas ou as novas organizações que estão por vir?
Outros falam da ausência da valorização da nossa classe, afirmando que os nossos conselhos e sindicatos pouco se esforçam para fortalecer nossa profissão.
Sei que nossos representantes devem nos auxiliar a fortalecer nossa classe, mas o que estamos fazendo de forma pessoal, para que isso ocorra?
De fato quem tem o toque de ouro, são nossos representantes ou somos nós?
Hora, se sabemos fazer com excelência as rotinas trabalhistas, fiscais, contábeis, gerenciais e outras, o que então está faltando para que você possa ouvir o tilintar do ouro em sua empresa?
Constato em diálogos com outros profissionais, que muitos não sabem formar seus honorários, aplicando o que o mercado “impõe” e ainda exigem tabelas dos sindicatos e conselhos de contabilidades como prática orientadora de precificação.
Mas você concorda que eu e você temos conhecimentos, experiências e formação distintas? Que nossas empresas têm custos e despesas bem diferentes?
Então, creio que as respostas para essas duas perguntas nos colocam em situações competitivas diferenciadas, não podendo nossos honorários ficar somente a mercê do preço do mercado ou de tabelas.
Os nossos conhecimentos individuais nos proporcionam distintos toques de ouro para os resultados das empresas dos nossos clientes, por isso, creio que deveríamos além de observar a prática de precificação do mercado, também aplicar em nossas empresas as diversas técnicas de formação de preços em nossos honorários, observando as práticas de marketing, da administração, da negociação de vendas e compras, bem como do gerenciamento, buscando sempre tangenciar nossos serviços para os atuais contratos ou os novos que iremos negociar, para que possamos sempre ouvir cada vez mais o tilintar do ouro em nossas empresas.
Por fim e sem nenhuma pretensão de esgotar o assunto, no que diz respeito à valorização da nossa classe e principalmente sem apontar aqui culpados quanto à concorrência desleal da prática de precificação dos honorários, deixo ao leitor e amigo de profissão uma frase que sempre leio antes de redigir um novo contrato de prestação de serviço: Meus honorários NÃO são gorjetas!
Por Antonio Macário da Silva Lopes, Contador da Adamanto Contabilidade e Especialista em Contabilidade e Planejamento Tributário, com MBA em Consultoria e Gestão de Negócios.

Fonte: http://tvclassecontabil.com.br/